Inteligência emocional: irrelevante ou fundamental?

Por Matheus Ventura

Pense na seguinte situação: você tem problemas de relacionamento com um colega de trabalho. Há muitas discordâncias e pequenas brigas que prejudicam os resultados da equipe. Os gestores já perceberam o desentrosamento e estão cobrando melhorias, caso contrário, terão que demitir alguém tomar as medidas necessárias. Qual seria sua atitude:

a) Ignora o colega e segue fazendo suas tarefas normalmente.
b) Tenta mostrar ao gestor que o problema não é você, é seu colega.
c) Desiste de resolver a situação e pede transferência ou demissão.

Reflita: qual opção você escolheria…

O que é Inteligência Emocional?

Enquanto o lado esquerdo do cérebro é responsável pelo raciocínio lógico e pela razão, no lado direito as emoções borbulham e se preparam para criar soluções criativas ou problemas ainda maiores. Saber lidar com as próprias emoções já é um grande passo. Mas a inteligência emocional vai muito além do autocontrole.

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Inteligência emocional é a capacidade de reconhecer nas pessoas e situações aspectos não cognitivos (intenções, motivações e desejos dos outros). Capacidade de compreender a si mesmo, ao outro e se conectar com as pessoas.

Mariana Moura – gerente geral corporativo de RH da Pif Paf Alimentos S.A

Ou seja, olhar só para si não é o suficiente. É necessário também considerar as características das pessoas que estão ao seu redor para estabelecer, de forma conjunta, um ambiente propício ao desenvolvimento.

A forma como as pessoas enfrentam as adversidades e os desafios do dia a dia são fatores críticos  de sucesso nas organizações, uma vez que ninguém mais está disposto a conviver num ambiente de trabalho que não haja um clima organizacional positivo e harmonioso.

Adriana Mafra – especialista e professora do MBA em Gestão Estratégica de Pessoas no Senac em Belo Horizonte

O equilíbrio das forças

Agora que você já sabe o que é inteligência emocional, vamos voltar à questão inicial. A opção “A” (ignorar) parece demonstração de autocontrole, mas ela não resolve o problema, apenas mascara. A opção “B” (colocar a culpa no outro) é uma tentativa desesperada de salvar a própria pele sem se preocupar com outro e com o problema em si. Já a opção “C” (pedir para sair) é fruto de uma fraqueza emocional que leva à desistência. A não ser que você tenha outros motivos para largar o emprego, fugir do problema não parece uma boa solução. Portanto, a melhor opção para a questão seria não marcar nenhuma!

O ideal é equilibrar sua inteligência racional (Q.I – Quociente de Inteligência), ou seja, sua capacidade cognitiva, raciocínio lógico e habilidade técnica, com sua inteligência emocional (Q.E – Quociente Emocional). Uma conversa franca e ponderada com o colega, em particular, é uma boa atitude. Estabelecer metas de curto, médio e longo prazo para a melhoria do ambiente e dos resultados práticos é outra boa atitude. Compartilhar essas metas com os gestores e se abrir para críticas e sugestões, juntamente com o colega, também ajuda!

Para a Adriana Mafra, o processo do autoconhecimento e autodesenvolvimento das competências emocionais é o caminho para o equilíbrio profissional. Mariana Moura afirma que as organizações precisam das duas inteligências em seus contextos, porém quem consegue desenvolver a inteligência emocional ganha grande vantagem competitiva.

5 dicas para desenvolver a inteligência emocional

1. Invista em autoconhecimento: Tente entender o que te faz sentir raiva, insegurança, alívio, felicidade…mapeie suas emoções e reflita sobre possíveis melhorias.

2. Tenha humildade e disciplina: Reconhecer os defeitos é o primeiro passo para corrigi-los. O segundo é ter disciplina para criar bons hábitos comportamentais.

3. Pratique a empatia: Se colocar no lugar do outro é atitude indispensável para a boa convivência em equipe. Para isso, se disponha a ouvir mais.

4. Preste atenção no todo: Lembre-se de que um erro ou um acerto pode afetar o projeto de forma definitiva. Faça o grupo crescer e você crescerá com o grupo.

5. Automotivação é fundamental: Não espere situações externas para ter força de vontade. Encontre a motivação necessária em seus sonhos e objetivos.

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